No início de agosto, o governo federal anunciou seu Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tornando pública a projeção de investimentos no setor de logística.
Segundo o anúncio, a prioridade é resolver gargalos logísticos, integrar de maneira mais eficiente a rede de transporte nacional, e promover uma abordagem mais sustentável. A carteira de projetos de transporte inclui financiamento público e também aporte do setor privado.
Dentro das rodovias federais, o programa planeja a realização de 267 projetos, com um total estimado de R$ 73 bilhões provenientes de investimentos públicos e R$ 112,8 bilhões provenientes de investimentos privados. Esses recursos também serão direcionados para a manutenção das estradas em todas as 27 unidades da Federação. Com a nova política de concessões estabelecida recentemente pelo Ministério dos Transportes, elas também devem ter destaque nos próximos anos. No estado de São Paulo, porém, os empreendimentos previstos envolvem somente investimentos em concessões já em andamento.
O peso do setor de transporte na economia fica evidente nos números mais recentes da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que já fechou o balanço sobre o desempenho do PIB do setor de transporte durante o primeiro trimestre de 2023. O segmento de transporte rodoviário de cargas apresentou um aumento expressivo de 23,7% em março, comparado a janeiro, enquanto outros setores do transporte terrestre, incluindo o ferroviário, tiveram um crescimento de 20,9% no mesmo período. O desempenho é bem superior ao crescimento geral da economia brasileira no primeiro trimestre de 2023, que atingiu 1,9%, mesmo assim superando as previsões do mercado.
No entanto, a projeção de crescimento para o ano é de 1,23%, o que reflete as incertezas relacionadas ao novo arcabouço fiscal, à política de preços dos combustíveis, à aprovação de reformas estruturais, como a tributária, e à manutenção das taxas de juros em níveis elevados.
(Agosto/2023)
