Confederação Nacional dos Transportes avalia impactos econômicos da Covid-19
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Confederação Nacional dos Transportes avalia impactos econômicos da Covid-19

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) terá efeitos sem precedentes no setor de transporte, segundo aponta o Boletim Economia em Foco, da Confederação Nacional do Transporte.

De acordo com o relatório, o segmento de cargas estava em processo de recuperação: entre 2014 e 2016 havia acumulado queda de 11,3% em seu PIB, e recuperado 6,6% entre 2017 e 2019. Com a pandemia, ainda não dá para medir o tamanho da redução, esperada em razão do desaquecimento da economia.

Segundo o Departamento de Custos Operacionais da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (DECOPE), houve redução de 26,90% no volume de cargas em relação à operação normal das transportadoras desde o início da pandemia. Para as cargas fracionadas, aquelas que contêm pequenos volumes, a queda chegou a 30,92%, número que corresponde a entregas para pessoas físicas, distribuidores, lojas de rua e de shoppings, além de supermercados e outros estabelecimentos. Já para cargas lotação, que ocupam toda a capacidade dos veículos, a pesquisa aponta queda de 23,24%, demonstrando desaceleração do agronegócio, do comércio geral e de grande parte da indústria.

A crise do desemprego, que já aparece, também deve piorar. O estoque de trabalhadores na categoria, em dezembro de 2019, era de 2,36 milhões – 6,4% menor que o registrado ao final de 2014 (2,52 milhões). Dessa forma, o setor encerrou o ano passado com 160,4 mil empregos a menos que o registrado no período pré-crise.

Apesar da redução de trabalhadores e da diminuição da frota circulante, 57,3% das empresas de transporte operaram com capacidade ociosa em 2019. Soma-se a isso o constante aumento do custo operacional, identificado por 73,7% das transportadoras brasileiras no ano passado.

Com este cenário e somado à pandemia do Covid-19, a expectativa é negativa para a recuperação do setor, na avaliação de mais de 80% das transportadoras ouvidas pela CNT. A queda de faturamento é o principal problema no momento para 71,1% das empresas ouvidas.

(Abril/2020)


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