O diesel representa um custo bastante relevante para empresas do transporte rodoviário. Nos últimos anos, aumentos sucessivos no preço do combustível foram rotina para quem atua no setor. Em 2016 a Petrobras passou a fazer uso do preço de paridade de importação (PPI), variando o valor dos combustíveis de acordo com as cotações do mercado externo, e esta era a principal justificativa para os preços subirem no mercado interno.
Em maio de 2023, a Petrobrás alterou sua política de preços, mas o quadro não é de tranquilidade. No começo de agosto, estimativas do setor apontavam para uma discrepância de cerca de 26% nos preços dos combustíveis em relação ao mercado internacional, com preço mais baixo internamente. Porém, esse descompasso grande entre os valores dos combustíveis no mercado interno e as flutuações das cotações internacionais também gera problemas, com postos de combustível enfrentando dificuldades na aquisição de óleo diesel.
Distribuidoras independentes freiam as importações, já que o preço no mercado externo está mais elevado, e revendedores relatam dificuldade na compra, porque diminui a disponibilidade desse produto no mercado nacional. Não é um quadro grave de escassez, mas Rondônia, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina são estados que apresentaram algumas restrições pontuais, como confirmou a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).
A Petrobras, que havia negado que o seu volume de oferta de diesel tenha diminuído, anunciou, no dia 15 de agosto, aumento que passa a valer a partir do dia 16. A alta é significativa, com o litro do diesel subindo R$0,78 na venda à distribuidora, saindo de R$3,02 para R$3,80, num aumento de 25,8%, que certamente vai ser sentido nas bombas.
(Agosto/2023)
