Empresas que atuam no transporte rodoviário são cotidianamente desafiadas, em várias frentes, e dados coletados no primeiro trimestre confirmam que a tendência se mantém em 2023
Nos últimos anos, vem diminuindo gradativamente o interesse dos brasileiros em possuir a CNH de categoria C. Segundo um levantamento do Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC), baseado nos dados do Denatran, desde 2015, o número de habilitados tem caído cerca de 5,9% ao ano, enquanto anteriormente, o país apresentava um crescimento de cerca de 1,4% a cada 12 meses. O estado de São Paulo, que possui a maior frota de veículos do país, apresentou uma queda ainda mais acentuada, com uma retração de 8,9% de profissionais com CNH categoria C entre 2017 e 2018. Em 2022, o Brasil registrou o menor número de habilitados na categoria C, com uma queda de 1,67% em comparação com 2021, resultando em 4,3 milhões de pessoas habilitadas para dirigir caminhões.
A produção deste tipo de veículo também decaiu. No primeiro trimestre do ano, a produção de caminhões teve queda de 28,8% em relação ao mesmo período de 2022, e o volume de vendas também diminuiu, com uma média diária de vendas de caminhões em março sendo 3% inferior à de fevereiro e 4,4% menor do que março de 2022. Além do impacto financeiro, a queda é preocupante porque os veículos fabricados em 2022 atendem apenas às normas do Proconve 7, enquanto os produzidos este ano precisam cumprir com os parâmetros do Proconve 8 (Euro 6).
Uma pequena alta foi observada no volume de financiamentos para a compra de caminhões. Foram, no trimestre, 57.067 operações, representando um aumento de 1,95% em comparação com o mesmo período de 2022, o que equivale a mil unidades a mais em números absolutos, de acordo com dados da B3. Esse aumento foi impulsionado pelo segmento de modelos novos, enquanto houve recuo no caso de modelos usados, com 29.197 contratos feitos de janeiro a março de 2023, 321 a menos do que no mesmo período do ano anterior.
(Abril/2023)
