No mundo todo, os acidentes de trânsito matam 1,35 milhão de pessoas por ano, de acordo com estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS). A África tem os piores números, mas, no Brasil, o assunto ainda merece bastante atenção.
Nos últimos 10 anos, de 2007 a 2017, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) atendeu a mais de 1,6 milhão de acidentes nas rodovias federais no país, que deixaram mais de um milhão de pessoas feridas e tiraram a vida de mais de 83 mil pessoas. Só em 2017 foram 6.243 vítimas fatais, numa média de 23 mortes por dia. Os acidentes de trânsito causaram 35.036 internações ao custo de R$ 48 milhões, só nas capitais e no DF.
Estes são os dados mais recentes divulgados pela PRF. Foi a menor taxa de mortes e acidentes dos últimos anos, mas ainda é muito. Segunda causa de morte entre as causas externas, os acidentes de trânsito têm maior ocorrência entre os homens jovens, com idades entre 20 a 39 anos. As principais vítimas fatais são os motociclistas, seguidos pelos ocupantes de automóveis e pedestres.
Caminhões estiveram envolvidos, no ano passado, 24.547 acidentes, (27,45% do total de acidentes). Em volume, houve queda de 9,1% em relação ao ano anterior. Porém, o número de mortes aumentou em 2,9%, totalizando 2.707 vítimas.
Os esforços para redução dos números de mortes e acidentes de trânsito estão em todas as esferas. O período que vai de dezembro a fevereiro costuma ser o mais crítico do ano, com mais incidência de acidentes, por isso é a época em que entram em cena programas especiais.
No plano nacional, a PRF acaba de lançar a oitava edição da Operação Integrada Rodovida, que busca reduzir a violência no trânsito das rodovias federais durante as comemorações de fim de ano, das férias escolares e do carnaval, unindo esforços dos Governos Federal, Estadual e Municipal. Durante o período da operação, a PRF intensifica as ações de fiscalização, enquanto órgãos como ministérios da Justiça, das Cidades, dos Transportes e da Saúde promovem campanhas publicitárias de conscientização em todo o Brasil.
No estado de São Paulo, a campanha do governo paulista, em parceria com a Artesp e Detran SP, é “Verão é tudo de ON, fique OFF no trânsito.#FocaNaVida”. Alertando para a necessidade da direção responsável, o foco é combater especialmente o uso do celular na direção, uma das causas mais comuns atualmente dos acidentes, junto com excesso de velocidade, uso do álcool e falta do cinto de segurança. Além dos diversos programas, nas esferas estaduais e federais, o Brasil faz parte da ação da Organização das Nações Unidas (ONU) chamada Década de Ação pela Segurança no Trânsito, que convida os países participantes, desde 2011, a reduzirem em 50% os acidentes de trânsito até 2020.
Neste contexto, o país adotou algumas medidas importantes nos últimos anos, como a Lei Seca, que em 2018 completou 10 anos. Segundo cálculos do Ministério da Saúde, ela reduziu em mais de 14% o número de mortes por acidentes de trânsito no país e evitou a morte de mais de 40 mil pessoas. A ampliação da fiscalização, sem dúvida, é outro ponto que tem contribuído na redução da violência no trânsito. Se em 2007 a Polícia Federal fechou o ano com aplicação de 1,8 milhão de multas, em 2017 esse número ultrapassou 6 milhões.
Por fim, dentre as medidas mais recentes adotadas no Brasil está a obrigatoriedade do exame toxicológico entre os motoristas profissionais, implantada em março de 2016. Somente nos 06 primeiros meses em vigor, ela contribuiu com a queda de 38% no número de acidentes com caminhões nas rodovias federais do país, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Trata-se de uma iniciativa importante pois, embora representem apenas 4% da frota nacional, os caminhões estão envolvidos em mais de 38% dos acidentes nas rodovias federais e 53% dos acidentes com vítimas fatais.
(Dezembro/2018)
