A alta carga tributária do Brasil somou, em 2015, quase 33% do Produto Interno Bruto (PIB) e consumiu 20% da receita bruta do setor de transportes de carga. Os dados foram divulgados pela Receita Federal e pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação.
Apesar da alta arrecadação, o Brasil continua tendo baixo retorno dos impostos em infraestrutura para os transportes, o que se observa, por exemplo, na má conservação das rodovias. Segundo pesquisa da CNT, 65,9% da extensão de rodovias públicas do país apresenta algum tipo de deficiência.
A falta de segurança nas estradas também preocupa, pois os roubos de carga somaram um prejuízo de R$ 1,12 bilhões ano passado, segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, (NTC&Logística).
Os custos gerados por estas deficiências oneram ainda mais as transportadoras, com manutenção dos veículos, seguros e escoltas, entre outras despesas.
Estes impactos foram sentidos e refletiram negativamente em 2016, com queda nos empregos e na diminuição no volume de serviços. O setor de transportes e logística fechou 37.410 postos de trabalho entre janeiro e junho deste ano, e o volume de serviços do setor apresentou número negativo (-5,9%), no mesmo período de 2016.
Para 2017
Com o ano de 2016 apresentando números complicados, as atenções já se voltam para 2017.
O setor de transportes e infraestrutura integra diversas propostas anunciadas pelo governo federal, como a criação do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Na primeira leva do PPI, o governo lançou um programa com 34 projetos de concessão para a infraestrutura, dos quais 11 remetem ao Transporte, com previsão de mais R$36,6 bi de investimento. São propostas para quatro aeroportos, dois terminais portuários, duas rodovias e três ferrovias.
Os primeiros editais começam a ser publicados ainda este ano e os leilões devem ocorrer no ano que vem. Outro anúncio importante, embora mais modesto do que o esperado, foi a reserva de R$5 bi para a manutenção de rodovias em 2017. Apesar do volume destinado parecer significativo, conforme a Pesquisa CNT de Rodovias, seriam necessários investimentos de pelo menos R$361,6 bi.
Na área de rodovias, dois trechos deverão ser concessionados: uma conexão entre os estados de Minas Gerais e Goiás (BR 364 e 365) e quatro trechos federais no Rio Grande do Sul (BR 101, 116, 290 e 386). Para tanto, são esperados investimentos da ordem de R$14,8 bi.
(Novembro/2016)