Em 30 de setembro, o preço médio do diesel teve um reajuste de 2,8%. Foi o segundo aumento desde junho, quando, em acordo com os caminhoneiros em greve, o governo federal congelou o preço do produto nas refinarias e estabeleceu um subsídio de R$0,30 por litro aos fornecedores. O primeiro aumento após a greve, de 13,03%, havia ocorrido no final de agosto.
Além do custo alto, quem depende do diesel começa a ter receio de desabastecimento no fim do ano, por várias razões. A primeira delas é que a importação do diesel está comprometida entre as empresas privadas, pois elas alegam não ter recebido ainda o valor prometido após a subvenção e as novas regras de precificação estabelecidos pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). No fim de setembro, a ANP aprovou o pagamento a algumas empresas, mas referentes ao período de junho a julho.
A oferta interna do óleo diesel também enfrenta problemas, já que, após um incêndio em meados de agosto, a Replan, refinaria da Petrobras em Paulínia, segue operando abaixo de sua capacidade normal. Com relação à demanda, naturalmente, os próximos meses já costumam apresentar alta no consumo do diesel, principalmente por causa da agriculta, que entra na fase de escoar a safra de grãos.
Para complicar ainda mais o cenário, no dia 31 de dezembro chega ao fim o subsídio que o governo concedeu aos fornecedores para evitar o aumento nas bombas. Se não houver algum novo acordo, como defendem as distribuidoras, que querem uma retirada gradual do benefício, o reajuste de pelo menos R$0,30 será automático, por isso elas temem que haja muita procura nos postos nos últimos dias do ano. De acordo com o Ministério do Planejamento, será necessário debater o tema com as equipes de transição após as eleições. Só este ano, o subsídio vai custar R$ 9,5 bilhões.
(Outubro/2018)
