A recessão na área dos transportes afeta em cheio os trabalhadores do setor: somente no primeiro bimestre deste ano, segundo dados do Ministério do Trabalho, o fechamento de postos de trabalho na categoria superou os 25 mil.
Com a baixa na demanda por serviços de transporte, o terrestre é o que mais sofreu até o momento, com 20,8 mil demissões. De acordo com a ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) houve queda de 5,6% no movimento de caminhões nas estradas brasileiras, em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
Os números confirmam o levantamento realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CTN) no fim de 2015, que já apontava queda no setor. Em sondagem feita na época, 80% dos empresários do ramo ouvidos revelaram redução no quadro de funcionários e expectativa de diminuição em 30% nas contratações formais para 2016. Com relação aos investimentos do governo federal, a projeção inicial feita pela CNT em maio era de redução de 11,8% nos recursos para infraestrutura de transportes. Ainda segundo a CNT, a falta de investimentos piora a qualidade das rodovias, o que eleva em média, 25,8% o custo operacional do transporte.
Pensando em evitar que as vagas de trabalho caiam ainda mais, as montadoras e funcionários tentam buscar alternativas. Alguns grupos defendem a permanência do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), plano emergencial lançado pelo governo federal que previa redução de jornada e salários em períodos de crise, mas que tem validade temporária. Plano de demissões voluntárias e férias coletivas são outras medidas que vêm sendo tomadas. No começo de junho, a Mercedes-Benz, por exemplo, colocou mais 500 funcionários da fábrica de São Bernardo em licença remunerada, chegando a quase 1800 o número total de operários afastados.
(Junho/2016)